quinta-feira, 15 de maio de 2014

A correr

Como se ser assim nos intermeios? Nas entrelinhas e nos dizeres que não são nossos. O que almejar quando tudo parece plano e nada no horizonte vem para se alcançar? O que perder quando não se tem nada para ganhar? Estamos na beira da estrada. Seguimos sempre sem olhar para trás. Vamos indo, correndo aflitos parece para chegar ao fundo, mais longe, ao km seguinte, ao novo restaurante para o qual na realidade não se tem dinheiro. Vamos seguindo numa maratona que bloqueia o cérebro do pensar. Que o desativa lentamente, como que lhe dando um tónico forte que inebria. Mas mesmo assim, com as pernas bambas, cansados, vamos seguindo na beira da estrada. Há uns que passam mais apressados ainda, outros que vão em carros de alta cilindrada. Outros que estão parados. Sem sabermos porquê.  Vamos os dois então. Anda comigo e faz-me correr livre, feliz por estar apenas a correr. Vem e corre comigo só por correr.

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